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O debate em torno das relações entre Arte e Cidade tem-se centrado na crítica das denominadas políticas de «empreendedorismo urbano», as quais estariam ligadas a uma economia «criativa» e a um mercado global de cidades. Entre as suas características estaria, por exemplo, a promoção de uma «cidade criativa» e de determinadas imagens e ícones, eventos culturais e fenómenos turísticos, espaços e «agentes» artísticos e/ou institucionais privilegiados, ou determinadas práticas e intervenções artísticas com maior visibilidade e legitimação. Nesta discussão, a crítica tem incidido na denúncia de alguns fenómenos de «instrumentalização» e institucionalização da arte e da cultura, das condições de trabalho precário geralmente associadas, de formas de privatização e controlo do espaço público, ou de uma possível gentrificação de certas áreas da cidade. Não deixando de ter tais processos em pano de fundo, o objectivo principal deste debate será a discussão da cidade como espaço de redes e circulações múltiplas, de cooperação e produção colectiva – neste caso, preferencialmente artística –, de protesto e antagonismo em diferentes formas. Através da exploração de contextos e práticas diversas entre si, como sejam os movimentos de ocupação, práticas artísticas como o punk e o hip-hop, ou a street art e o graffiti, esta sessão procurará ser um espaço de discussão da dimensão social e política da relação entre arte e cidade para além dos processos acima referidos.
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